sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

New Year resolutions

Anda ou desanda!
Vá!! Vamos a mexer!
Sou eu quem manda,
por isso vamos a obedecer!
Age e decide-te.
Perdoa e ultrapassa.
Ganha coragem e demite-te.
Deixa o fumo e a passa.
Traça um rumo e parte.
Larga tudo, que nada tens.
Não condenes a tua arte.
Dá mais amor às tuas mães
(e arranja algum para ti)
Encontra uma companheira.
Desfruta da vida e sorri.
Arde com a chama inteira
em tudo o que faças.
E, já que estamos numa de resoluções,
este ano, despacha-te com as passas!
Talvez as estrelas te tragam soluções...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

In Guerras

A vida na Terra
é-nos algo exigente.
Parti para a guerra
e voltei de lá diferente.
Eu já fui feliz.
Eu era inocente.
Eu nunca quis
voltar de lá diferente.
Coisas me chocaram.
Ainda mais as que fiz.
Até santos choraram
mas que mudei ninguém diz.
Atrocidades se passaram.
Não as anseio reviver.
Até santos choraram
com as que me viram cometer.
Tenho uma fome de redenção.
Não sei como a obter.
Será sempre uma frustração
como me deixei abater.
Maldito pelotão,
e guerra, que me deixou diferente...
Eternamente descontente...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Soltas

Hoje tento ser como pedra,
de tudo em redor abstraída.
Não pensa. Não julga. Não condena.
Somente existe na vida.
Hoje quero fugir daquele robot
que, entre ímanes, viaja descontrolado.
Mais que um bocado de ferro eu sou,
mas continuo a sentir-me arrastado.
Estas forças que me impelem
baralham-me tanto as ideias...
Mas nos dias que se sucedem
serei imune até ao canto das sereias.
E todo este volume,
que sempre me sobrecarrega,
hoje vai servir de estrume
e fertilizar a calmaria que me sossega.
Pensar, mal não deveria fazer
mas, não o sabemos purificar.
Por isso, não quero os pensamentos a crescer.
Não quero os pensamentos a dominar.
Por tanto aos pensamentos dar
é que me custa tanto agir.
Se parar de pensar
talvez me consiga decidir.
Talvez pare de me convencer...
Talvez pare de me iludir
de que, para feliz ser,
preciso de te descobrir
Por isso, vai-te foder!
Estou farto de te necessitar!
Agora sou eu que me vou esconder!
Jamais me irás encontrar.

Sinto um fervor
no meu peito
sempre que te vejo.
Ó querida vida, por favor,
não me deixes deste jeito.
Não aguento tanto calor!
Dá-me lá um bom extintor!
Preciso de arrefecer
estas alucinadas ideias.
Estou a enlouquecer
com o canto das sereias.
Não sei que mais fazer
para concluir as minhas epopeias.
Todo eu já tenho teias
de, ao meu lado, nunca a ter!
E esta falta de tacto a crescer...
Quero um novo marco erguer!


Tenho uma noção de belo à parte.
Gosto de falar e de estar calado.
Tento viver a minha arte.
Estou em todo o lado,
e a rir-me deste louco fado,
como um verdadeiro Merlin.
Em cada palavra um feitiço lançado.
E é tão bom ser assim.
Só é pena viver, alucinado,
numa floresta imaginária.
Mas deve ser melhor que, frustrado,
numa selva solitária.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

TUrisM

Era de manhã e a baixa lisboeta aparentava encontrar-se atarefada, como em tantos outros dias. Bebia o meu café com leite de todas as manhãs, não fosse o facto de o açucar ter nevado em muito menos quantidade, para cima da minha bebida, do que o costume. 
Fiquei fixado nas pessoas que circundavam e entravam e saíam daquela igreja, ali ao meu lado, que me era, simultâneamente, tão familiar e tão estranha.
Pensei para os com os meus botões que mal não faria entrar. Talvez fosse realmente um refúgio do mundo exterior e me trouxesse alguma serenidade numa manhã caótica, como normal num dia de semana citadino. Lembrei-me, inclusive, que me tinham dito há tempos que as suas imagens eram bem bonitas, o que na altura me deixara algo curioso. 
Decidi entrar. 
Logo que passei a entrada fiquei fascinado com o espaço, que me pareceu enorme, provavelmente por esperar algo menos imponente. Dirigi-me em direcção ao altar enquanto admirava as várias imagens de santos, que me parecerem, como que, guardiões e comité de boas vindas ao mesmo tempo.
Sentei-me num dos bancos da frente e, logo após o fazer, notei algo que pareceu devastar-me por completo. Desatei num pranto, imediatamente. Algumas pessoas dirigiram a sua atenção para mim, parecendo tão estupefactas como eu com aquela "cena". 
Quando lá me consegui acalmar tentei analisar de onde me veio aquilo, mas em vez de uma resposta surgiram mais perguntas. Não tinha pensado em ninguém, e nem sequer prestado atenção às pessoas que se encontravam naquele "refúgio" comigo. Simplesmente sentei-me, olhei uns quadros e fiquei naquele estado? Que explicação poderia existir? Não entrar numa igreja há mais de 15 anos? Nunca me senti culpado por não crer em Deus nem em Cristo, ou em qualquer santo, segundo as ideias da igreja. Concluí que pensar não me iria ajudar em nada 
Levantei-me e naveguei-me até à saída, calmamente, o que me custou bastante, estando eu tão vontade de sair dali a "sprintar".

Moral da história: Tão cedo não volto a entrar numa igreja!! 

É difícil não exercer julgamento a um lugar que, agora, me parece infinitamente recheado de negatividade. Um local onde as pessoas vão para sentir pena (e onde há pena não há amor) de si próprias, e dos outros, onde esperam por salvação ou por soluções que, talvez, nunca cheguem. 

Mais que nunca sei que não é assim que quero passar o tempo que me foi emprestado

terça-feira, 5 de outubro de 2010

"Mi scuzzi"

Desculpa lá qualquer coisinha...
Acho-te uma coisinha
linda, maluquinha,
fascinante e fofinha. 
Para mim ser maluco é elogio...
E ficou aqui uma mensagem,
um desabafo, uma conversa...
Tanto na vida este doidão reprimiu...
Esta mente controversa, 
por alguma, desconhecida, razão
não acredita que me julgues.
Posso-me iludir (ou não)...
Estou tão bêbado que nem sei...
mas às minhas verdades do momento me agarrei...
Talvez seja um bocado masoquista,
mas saiu-me tudo à desgarrada
(e com muito pouca linha remendada)
que nem um verdadeiro fadista.
Que se foda o mundo inteiro, agora és tu a minha pista.
Quero-te escalar (corpo, mente e espírito) como um bom alpinista.
(amanhã vou-me arrepender, mas será tarde demais)
Ainda nos vamos rir os dois destas linhas finais.
E depois!? 
Somos uns anormais!?
Ainda bem!!
Ser normal é ser refém
de convencionalismos!
Não estou p'ra eufemismos!
Foda-se, bora lá fazer uns sismos
(neste mundo, doce, ao nivel q tu quiseres)
Não me vou dar bem, mas que se foda... comia-te às colheres!!

Vou ter tanta vergonha, quando acordar para a vida amanhã,
por, neste momento, ter sido tão suicida.
Por isso olha, querida,
respeita a minha mente afã.
Respeita a minha mente fodida.
Se me voltares a falar amanhã
já não foi madrugada perdida!

Dá-me o desconto (ou não)
porque não tenho cura.
Tenho uma alma impura
mergulhada (n'outra vida) em escuridão.
Ai, míuda que igual não existe,
demónia bela e atraente,
que esta conversa por aqui não se fique...
Que, de pensar em ti, até minha alma fica com tesão

Espero que, pelo menos, dê p'ra rir (tanto p'ra ti como pr'ra mim)
esta minha doideira que não vê fim...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Be Right Back... or not

"Se o que tiveres para dizer não for mais belo que o silêncio... não o digas"

Durante o tempo que tenho estado afastado deste meu cantinho cheguei à conclusão que, por agora, estou bem assim...

...em silêncio.

Nada de benéfico provém de realizar e protagonizar dramas criados por mim. E, igualmente, de nada serve iludir-me ao criar uma falsa sensação de felicidade... se fosse real durava mais que míseros segundos.

Concluí recentemente que a verdadeira felicidade não é momentânea e que o que sentimos vulgarmente é apenas ilusório... é alegria com o rótulo errado.

Decidi que vou tentar não me agarrar a todas aquelas mentiras que a cabeça nos vai contando.
Decidi desprender-me dos pensamentos que me assombram constantemente (como a todos nós) sejam eles bons ou maus. Recuso-me a continuar a identificar-me com os pensamentos e a deixar que eles me definam e me dominem..

Não me recordo a última vez que me senti tão tranquilo, quase em paz... e vou esforçar-me para que isto se desenvolva e perdure.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Desabafo InFinito

Nunca antes me encontrei tão apático.

Não me apetece nada.

Não me apetece ouvir música animada. Por muito que tente acabo sempre a ouvir algo que me faça sentir ainda mais triste.
Não me apetece pensar. Ultimamente sempre que o faço arrependo-me.
Não me apetece escrever. Costumo ter tanto rimar em mim, mesmo quando não as passo do pensamento para a matéria, e ainda mais quando estou triste, mas nada... Num acto de desespero tentei reunir toda a minha energia para este desabafo, na esperança que algum efeito benigno se manifeste em mim.
Não me apetece comer. Não me apetece sequer respirar.
Não me apetece fugir da vida que transformei num inferno com os meus pensamentos, faltas de acção e escolhas desacertadas.
Só me apetece fazer pause à minha existência. Ir de férias e poder voltar com saudades... com vontade... de viver...

Passei o fim de semana fechado num quarto, que é quase o meu mundo inteiro, e cujas quatro paredes me sufocam, há já demasiado tempo. Senti o tempo a matar-me lentamente, como numa cena em câmara lenta, em que cada segundo me esmurrava e me pontapeava o corpo físico e o emocional. Passei uma boa parte do fim de semana deitado na cama. Algures pelo meio do meu estado quase vegetativo desejei ter alguém ao meu lado. Alguém que quisesse, simplesmente, estar comigo e consolar-me, ainda que em silêncio. Imaginei como o voltar a sentir a presença, a energia, o amor, do toque de alguém ali do meu lado me faria algum bem. E então ocorreu-me que não se pode voltar a sentir o que nunca se teve. Apertei a almofada, junto ao meu peito, até uma grande parte dela ter ficado ensopada... e os meus braços dormentes. Aqueles dois dias, que quase sempre passam depressa demais, pareceram-me intermináveis. Em toda a minha vida nunca tinha desejado tanto que a segunda-feira se mostrasse. E nem percebo porquê. A perspectiva do dia seguinte continua a não ser melhor que a do dia anterior.

Estou cansado de ser uma vítima nas mãos de um tirano chamado Marco. Estou cansado de ter medo das pessoas e das suas palavras, dos seus pensamentos, das suas acções, reacções... mas ainda mais de mim e das minhas ideias, sentimentos e acções que só me fazem sofrer.

Mas que direito tenho eu de me sentir só quando afasto toda a gente de mim foda-se!!
Marco António, Marco António... se tiveres a ler isto faz-te à vida... a morte é certa...

sábado, 3 de julho de 2010

Não é real.
Talvez nada seja...
É uma ilusão sem igual,
mesmo que ninguém o veja.
É assim que vivemos,
numa realidade ilusória,
porque nada percebemos.
Afundados numa irrealidade notória,
num pesadelo, numa ilusão,
que aceitámos sem questionar.
Precisamos de dar fim a esta maldição.
Precisamos de nos libertar.
Como ainda não descobri...
Ao menos do problema já me apercebi...
This is the sound I make.
It's my word. It's my phrase.
It's the song I want to praise.
It's the wave I create.
It's my crown. It's my fate.
Gladly sworn to be a grave.
I'm bound to it like a slave...
At least 'til I have found that which I crave.
It's the only spell I have mastered.
The only tell that ever really mattered.
It's the hottest hell my soul has battled
and it fell when that part of me was battered.
So, even if you can't hear about how I feel,
I'm still here and I'm for real.
I'm neither your seer nor your meal.
But, when you're near, it's hard to resist the appeal.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

naturaL

Nada me traz alegria mais pura
do que ver a vida a viver,
como pombos a voar, e avestruzes a correr.
Ou como contemplar a nossa, clara ou escura,
cúpula celeste, que sempre nos inspirou.
Sei que sempre me fascinou.
Sempre me esmoreceu a amargura
até que só a alegria dominou.
E o meu ser, assim, sempre voou.
A natureza é-me como uma frescura,
que me renova só de a ver.
É a mãe que nos deu o dom de viver.
É ela que nos cura.
Finalmente o consegui compreender.
E, agora, um seu instrumento quero ser.
Quando algo parece que me tortura
tento-me lembrar que ela o ordenou.
É graças às suas lições que sou...
Vou demonstrar gratidão com ternura,
honrar tudo o que me ensinou
e retribuir o amor que sempre demonstrou.
Com toda a abertura,
e de braços abertos, espero receber
a próxima lição que tenho para aprender...

...que preciso para vencer...

Dias cinzentos

O sol escondeu-se
e apareceu mais um dia cinzento.
Não sei quantos mais eu aguento...
O meu calor, a minha luz perdeu-se.
Mais um dia que enfrento
sem energia, sem alento...
Mas eu sou uma pessoa!
Não sou um painel solar!!
Mesmo se a minha alma não voa
também não a deveria enterrar!
Mesmo sem o sol, e a sua energia,
não se deveria desvanecer a minha alegria.
E não consigo parar de pensar
em como odeio o egoísmo.
Mas também o tenho. Nisso não consigo desacreditar.
Estou cansado de todo este cinismo
e a ele não me quero render,
mas os mesmos erros continuo a cometer.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Um sonho tresvariado

A tua mente
vive um sonho bem diferente
de o de toda a gente.
Cada um sonha no seu.
De certeza que o teu
é bem diferente do meu.
Não há dois sonhos iguais...
E ainda criamos mais.
Sonhamos um novo sonho juntos.
Os relacionamentos são sonhos conjuntos.
É termos os corações adjuntos.
É criarmos uma nova energia,
fundindo as nossas. É a magia
da vida, fluindo por mais uma via.
Os sonhos mais belos quero viver.
Acima de tudo, é o que desejo fazer.
Agora, vou domar a vontade até se render.
Até florescer a semente,
que tento plantar nesta mente,
e uma árvore feita de amor se erguer.
E dos seus frutos me vou alimentar,
para ter a força de, os mais belos sonhos, criar
contigo, comigo, com tudo o que me rodear...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Pétala de vida

A pétala duma flor
veio poisar na minha mão.
Encheu-me o coração
de alegria, e amor,
receber aquela bela prenda
de outra parte de mim.
A vida é mesmo assim...
Aceito-a, mesmo que não a compreenda.
A sua delicadeza
faz-me ter a certeza
de que tudo ficará bem.
É a carícia que a vida, para mim, tem.
A sua suavidade comove-me.
A pétala, a mão, move-me
enquanto a sigo com o tacto.
Que está cheia de luz é um facto.
A sua cor muito me seduz...
E a minha alma assim reluz.
Não adianta estar triste
com tanta vida que, em mim, existe.
Se, uma parte de mim, não me aceitar,
outras o farão sem hesitar.
Obrigado, vida, por não me quereres rejeitar.
Por me dares esta pétala para eu não chorar.
Obrigado, vida, por me quereres mostrar
que, muito, tenho para me contentar.
Obrigado, amor, pela esperança, que me vieste dar,
de que, todas as partes de mim, me poderão perdoar.

A picada do escorpião

No meu peito tinha um bafo
quente, e senti necessidade
de o deitar cá para fora.
Hoje, castigo-me por aquele desabafo,
que, me levou a felicidade
e, me deixou como estou agora.
Estou arrependido, por ter falado
o que devia, e o que não devia,
porque não tive tacto e não tive medo.
Hoje, acredito que não serei perdoado,
porque não mantive a cabeça fria.
e, não guardei um único segredo.
Estou triste, por ter desmoronado
a grandiosa torre, dentro de mim,
que me iria permitir alcançar o céu.
Depois de tanto ter chorado
sinto uma secura sem fim
e que mereço aquilo que a vida me deu.
Se é o sofrimento que me fará crescer,
que venha todo de uma vez. Aceito-o com prazer.
Não quero magoar ninguém,
mas acabo sempre a alvejar alguém.
É a picada do escorpião.
Não me deixa curar o coração.

Sem sentido

Quem me dera ser mudo,
para não poder dizer tudo...
Quem me dera ser surdo,
para que a falta de uma voz não me fosse um furto...
Quem me dera ser cego,
para que o meu reflexo não me fosse um desassossego...
Quem me dera não ter cérebro,
para que tudo me fosse efémero...
Quem me dera não ter coração,
para não me sentir uma desilusão...
Quem me dera não ter alma,
para não me achar um condenado sem calma...
Quem me dera estar despedaçado,
para este todo não estar tão destroçado...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O beija-flor

Anda por aí um beija-flor.
Voa, cheio de cor,
à procura de mais cores.
Procura os seus amores.
Anda por aí, sempre, a dançar.
E dança, cheio de graça, pelo ar.
Dança lindamente e sem pudores.
Vive para beijar todas as flores.
Vive, sem saber, para, vida, criar.
E ele é vida. É uma expressão do seu amar.
Das flores é o Cúpido.
Da vida e do seu amor ele é um amigo.
Ele é um artista e a sua arte
é criar beleza. E ele também faz parte
dessa sua arte, que é viver,
a mais bela vida, até ela, daqui, desaparecer.

"Dança comigo"

A mais bela dança
anseio por dançar.
Mantenho a esperança
que alguém me queira ajudar.
Não a quero coreografar
sózinho nem em torno de mim girar.
Acho que sempre soube
o que, na vida, me vai realizar...
Mas nunca houve
quem achasse capaz de o aceitar...
Até eu próprio o tentei negar!
Mas, por enquanto, só quero mesmo dançar.
E sei que serão os passos, que anseio descobrir,
que, muito, me ajudarão a evoluir.

Luas e marés

Uma lágrima perdida,
se é que isso existe.
Uma lágrima esquecida,
que, num mar, persiste...
Numa maré, de lágrimas,
dum oceano, de lástimas...
Uma lágrima evaporada,
que não deixa de ter sido criada.
E o vapor, aos céus, sobe...
Desaparece, mas não some...
Um suspiro abafado
por um momento encalorado.
Um coração, febrilmente, aquecido
mas, friamente, nunca esquecido
de que a felicidade também é triste...
É a maré que nunca desiste.
Luas e marés...
Verdades cruas e infiéis.
Mas não fiquei a apanhar bonés!
Uma paisagem nova pinto com meus pincéis.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Tresvario da alma

Já quase não cabe
no receptáculo...
E espero que isto não acabe,
porque está a ser um espectáculo!
Este maravilhoso expandir
que, cristalinamente, se reflecte
num precioso sorrir...
...Ai, que isto promete!
Vou aproveitar o impulso
e nunca mais ficar a ganhar pó!
Vou usá-la e dar lhe uso,
como nunca antes.. sem piedade nem dó!
Constantemente, não lutarei com ela.
Permanecerá, imaculadamente, singela.
Como a mais doce e nobre princesa,
cheia de graciosidade e beleza.
A sua força aperta-me
mas, em simultâneo, liberta-me.
Por isso, não a hei-de apertar.
Vou deixá-la crescer e voar!
Ó alma, que estás em iluminação,
só te peço que não me cegues o coração!
E que o teu brilho ilumine o caminho,
sem deixar de ver o que passo até ao destino.

terça-feira, 25 de maio de 2010

C'amor

O renascer do ancião Sol
no nascer dum novo dia
traz-me esperança sem igual
e enche-me a alma de alegria.
E não é dia para desperdiçar!
É dia para viver e desfrutar,
para me divertir e brincar...
Para, sem nada temer, amar...
Mesmo sendo difícil alguém
(e até eu próprio) me aceitar,
saber que existe quem
me consiga, incondicionalmente, amar
ajuda-me tanto a conseguir crer
que muito melhor ainda consigo ser.
Que a vida vale a pena viver
para poder ver o amor crescer
em mim e em tudo...
Amo ver como a percepção
me está a mudar o mundo.
Aquece-me tanto o coração...

Dias coloridos

Há dias assim...
e não deveriam ter fim.
Dias destes são o meu serafim.
Salvam-me do abismo em mim.
Pouco dormi e estou tão desperto...
E o céu, todo ele, de azul coberto...
Parece-me o dia certo
para não pensar no incerto.
Parece-me o dia para seguir a intuição,
acreditar "destino sim, coincidência não"
e aceitar a sua preparação
para os dias que virão.
E nesses dias vou-me divertir.
Vou celebrar a vida, o poder ouvir
o som e o seu fluir,
o poder ver este mundinho de colorir
que hoje vejo a sorrir.

Pensamentos inversos e sentimentos adversos

Os teus olhos são as únicas estrelas que quero observar.
Os teus lábios os únicos doces que quero provar.
Os teus cabelos a única fragrância que quero cheirar.
As tuas bochechas as únicas meninas que quero corar...
Mas quem me dera não amar,
não sentir... Quem me dera parar
com este meu peculiar pensar,
para não mais me magoar.
Talvez se, ainda mais, me cegar
não me volte a apaixonar...
Mas isso também nunca me iria bastar!
Ainda mais, e mais, hei-de amar!
O que anseio continuarei a procurar.
E creio que o irei encontrar.
Demore lá o tempo que demorar...
Preparado hei-de estar
para quando o destino nos juntar.
Mas se não for esse o seu desígnio terei de me conformar...
E acabarei por o aceitar.
Que venha lá o que tiver de vir!
Eu quero é continuar a evoluir!
Se for assim que tiver de ser
não faz mal. Eu quero é viver!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Declaração/Exclamação

O copo está cheio,
mesmo que (por vezes) o veja vazio.
Mesmo quando penso ter ardido, e o que semeio,
ainda aqui há muito pavio!
Ainda não desisti do desafio!
Ainda vou a tempo de apanhar o navio!
Ainda me contento com pouco,
o que é bom... não sou oco!
Não me acho superior a tudo!
Tento respeitar, como igual, até o bichinho mais míudo!
E, só nisso, já me dou muito valor!
Mesmo que, por vezes, me esqueça
de que, por mim também sinto amor.
Tenho medo que ele não apareça,
mas eu é o que o escondo de mim!
Mas a maioria dos outros também é assim!
Para quê procurar, amanhã, lá fora,
o que tem que estar aqui, agora?
Hei-de ler isto mil vezes
até tirar da cabeça todas estas fezes!

sábado, 15 de maio de 2010

Relief that doesn't relief (at all)

My thoughts are like fireflies,
spinning out of control, inside my mind.
I convinced myself of so many lies...
Even with some light, the truth is hard to find.
I'm tired of all this hitting and running.
It's like I'm in a game of whack-a-mole against me.
I keep beating and losing,
to myself, over who I want to be.
I'm fighting a world war inside my head
and, for sure, some of me will end up dead.
Which ain't, necessarily, a bad thing...
I guess it's better than nothing...
And I'm so fucking sick
of, constantly writing about some prick
called "I". He's my whole world
'cause he can't do what he's told.
It angers him to have lived,
for so long, with his soul besieged
by all sorts of inner demons, all night and day...
Never knowing what to do, think or say
'cause all those demons are in control.
He just wants them gone and to feel whole.
And he prays to the skies above
to be filled with love...
Because, what he refuses to tell
is that, everyday, he feels closer to unleashing hell.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Tresvariando (sempre e com muito gosto)

A aproximação do Verão
ferve-me o sangue e o coração.
Tanta gaja linda e boa...
E nenhuma voa
na minha direcção!
Nenhuma poisa
na minha mão.
Mas que coisa...
Que frustração!
Tudo porque nem ouso
deixar-lhes o meu olhar
ou oferecer-lhes sequer uma palavra.
Talvez quando não me deixar dominar
pela mente, e a tornar minha escrava,
consiga perder-me dos meus medos
e descobrir todos os seus segredos.
E até sem muita conversa...
mas mantendo a personalidade controversa!
Talvez, então, consiga partir
numa aventura antes de desistir
e fazer da vida o meu parque de diversões.
Quero iniciar tão ansiadas explorações...
Não quero continuar atracado
por acabar a pensar demasiado.
Quero sentir-me pacificado
e extasiado
por ter, finalmente, explorado
e desbravado
cada bocado
da minha mente.
E quero conhecer a tua igualmente.
Quero explorar
cada centímetro da tua pele.
Quero-te provar
com chocolate, chantilli ou mel.
Mesmo que sejas doce o suficiente
eu sou muito guloso.
Contigo quero brincar, estar contente
e partilhar um mundo mais amoroso.
Ó anjo que teimas em não cair
perto de mim! Estou quase a desistir
(por fim!) de, por ti, esperar .
Qualquer dia desato aos tiros para o ar
na esperança de te acertar!
Nunca te quis caçar,
mas sempre te quis encontrar.
Muito te quero abraçar
mas, demasiado, não te quero apertar.
Quero deixar-te voar...
...
Que maldição és, romance, que não sais de mim!
Mas porque sou eu assim?

Conversas ao espelho (2)

Escrevo por sofrer,
ou sofro por escrever?
Ora aí está uma boa questão!
Será que o sentimento e a razão
se aliaram para me foder?
Como poderá isto ser?
Não há explicação...
Não há justificação
para andar a correr
(e sempre me perder)
de ilusão em desilusão...
Acorda cabrão!
Senão...

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Conversas ao espelho

Finalmente compreendo a derradeira verdade.
Só de mim depende a minha felicidade
e vou-me fazer feliz antes que seja tarde.
Agora que sei o que é o amor, para mim,
não me perturba mais ser assim
e tu não me amares não será o meu fim.
Tanto que eu preciso de te dar...
não vou desistir de o tentar
só porque não o tens para partilhar.
Talvez te consiga mostrar
o que é, realmente, amar
quando me conseguires aceitar
sem me compreender, sem me julgar.
Talvez quando, tudo, não tentares adivinhar...
Provavelmente precisas de aprender
que, só depois do amor vir de ti,
verdadeiramente, o poderás receber.
Tudo o que precisamos já está aqui.
Não o sentimos porque teimamos em o esconder.
Questiona-te o que é egoísmo e amor por ti.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

iLUZões

Não quero ser como um buraco negro,
que tudo suga para a sua escuridão.
Vou acabar com este desassossego
e apaziguar a alma e o coração.
Quero arder intensamente,
mas não no inferno que, para mim, criei.
Não posso permanecer o comburente
dum incêndio que não apaguei.
Este incêndio hei-de apagar
para, em cinzas, não me desfazer.
E num sol me irei tornar...
Uma nova chama vou acender...
Hei-de, fortemente, arder,
mas não no inferno por mim criado.
Vou ser como um sol e ver
um mundo por mim iluminado.
E quando eu brilhar tanto
que, para mim, não consigas olhar,
fecha os olhos por um instante
e sente como te posso iluminar.
Quando eu brilhar tanto
que não me queiras ver,
fecha os olhos por um momento
e sente como te posso aquecer.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

PrimaVera

Olá prima!
Finalmente voltaste!
Saudoso me deixaste
e sem ti não há alegre rima.
Sempre me maravilhaste...
Ando ainda mais aluado
do que estou acostumado
agora que chegaste.
Sou hipnotizado
pela vida e cores
que vieram, sem pudores,
a dançar ao teu lado.
Essas flores
que contigo trouxeste
e, sem lhes tocar, me deste
são os meus maiores amores.
Fazer-me sorrir sempre pudeste
desde que era uma criancinha.
Muito ansiava por ti, priminha,
mas finalmente apareceste.
Que fragrância docinha...
Esse teu perfume
recorda-me o laço que nos une,
ó minha querida primaverinha.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Quando falo demais 
lembro-me sempre de ti.
Eras a mulher mais desbocada
que, alguma vez, conheci...
Estava zangado com ela
quando se foi embora.
Quem me dera tê-la
ao pé de mim agora...
Tantos erros cometeste
e tão pouco evoluíste.
Mas, agora, morreste...
Agora sumiste...
Ela tinha um feitio complicado
mas nada lhe tenho a perdoar.
Ainda há-de demorar muito tempo passado
até que, a mim, o perdão também consiga dar...
Muita coisa à cara te poderia atirar,
mas prefiro não te culpar.
Ao invés, vou-te venerar
porque, indirectamente, a vida acabaste por me dar.
Se a sua essência
é a vida que a movia,
então, a sua essência
perdura em nós, não na sua carcaça fria...

sexta-feira, 26 de março de 2010

TresVariando (3)

Penso em melhorar-me
dias e noites fora.
Mas sinto o medo a trespassar-me
a toda a hora.
Vejo a incerteza a abater-me.
E, assim, estou agora.
Aqui, no chão, a debater-me
para me levantar e ir embora...
Mas ir onde?
Atrás do sol quando se esconde?
Ou, talvez, até
à lua, quando se vai...
Com um pouco de fé,
pelo caminho, o parasita sai.
Mas, então, olho para cima
e em meu redor.
De repente tudo me fascina,
até o mais ínfimo pormenor.
Sinto muita pequenez,
o que me deixa algo aliviado.
Provavelmente porque, talvez,
de tudo, eu seja só um bocado.
Surpreende-me a alegria
que me invade subitamente.
Contenta-me toda esta energia
que é a vida, em movimento eternamente...
E, assim, de mim, me esqueço
sem, de mim, tentar fugir.
Existem mesmo coisas sem preço...
Como a imaginação e o seu fluir.
Como poder sonhar,
até, com o inconcebível.
Como poder contemplar
mais do que nos é visível.
Como desejar alcançar
o possível e o impossível.
Como conseguir amar
alguém tão implausível...

sexta-feira, 12 de março de 2010

O voo da borboleta

Havia uma borboleta
com asas de cor cinzenta. 
Nos seus sonhos era selecta 
Pelo seu concretizar estava sedenta. 
Muito sonhava 
(em) ter as asas doutras cores. 
Muito farta estava 
do cinzento e (dos) seus dissabores. 
Aquelas asas culpava 
por ter perdido (os) seus amores. 
Numa mudança acreditava 
se fosse bela como as flores. 
Mas a borboleta não voava, 
porque tinha medo de se magoar. 
Tão frágil se encontrava, 
que não era capaz de (o) tentar.
As cores que tanto desejava
não era (sequer) capaz de alcançar.
A coragem (de) que precisava
não era capaz de (a) ganhar.
E assim a borboleta estava
quando no céu reparou.
Uma das cores que ansiava
ela, por fim, alcançou.
A borboleta cinzenta continuava,
mas azul se imaginou.
Umas das cores que desejava
assim (a) ganhou.
Passado um momento
a borboleta estava muito colorida.
 Cheia de cor e contentamento,
aos ares fez (a) sua subida.

quarta-feira, 10 de março de 2010

O tempo anda e corre.
O sol vem e vai.
A lua sobe e cai.
Mais um dia morre.
Mais um dia renasce.
A vontade cresce,
mas mais um medo nasce.
E nada mais floresce.
Uma nova resolução faz-se,
mas o coração desfaz-se..
Muito o tento reparar,
mas muitos bocados me falta apanhar.
Tantos passos errados
no jogo da vida consegui dar..
Agora passo-a a lamentar
os tantos actos falhados.
Tantos recados
ficaram por dar.
Tantos pecados
estão por perdoar.
Tanto sonhar..
mas tão pouco concretizar.
Tanto sentir..
mas tão pouco agir.
Penso demasiado,
até que fico atrofiado..
depois, debato-me mais um bocado.
Deste corrupio estou tão cansado.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Eternamente Apaixonado

Ela entra em mim.
Arrepia-me quando me toca.
Faz-me suspirar sem fim...
Por vezes quase me sufoca.
Ela é o meu anjo, o meu serafim...
É raro ela me sair da cabeça.
Não sei o que será de mim
se, n'algum dia, eu a esqueça.
Comigo, sempre, quero tê-la,
muito ou pouco me ofereça...
Ó céus! É tão bela!
Amo-a, mesmo que não me apeteça!
Com ela, quero dar uma escapadela.
Com ela, muito sorriu e muito choro.
Que seria de mim sem ela?
Ó música! Como te adoro!

TresVariando (2)

O teu olhar,
ardente e penetrante,
é capaz de me deixar
o coração palpitante.
O teu olhar,
belo e cintilante,
faz-me tresvariar
a cada instante.
O teu sorriso
faz-me sentir euforia.
O teu riso
contagia-me com alegria.
O teu corar,
quando essas bochechas se enchem,
faz-me querê-las acariciar.
Algo em mim preenchem.
O teu rubor
faz-te ainda mais apetitosa.
Como quero sentir o teu sabor,
menina... como deves ser gostosa...
Em ti me perco
e em ti me encontro.
Anseio ter-te perto.
Cansa-me tanto este confronto.
Cansa-me tanto este batalhar
entre o que desejo obter
e o que temo perder.
Não tenho medo de te amar,
mas tenho muito de o demonstrar.
Eu aceito-te como és.
Serás capaz de me aceitar?
Por favor, não me dês com os pés.
Deixa-me continuar a sonhar...

quarta-feira, 3 de março de 2010

TresVariando

A noite cai
e tenho mais uma desculpa
para me perder no pensamento.
A comoção vem e vai.
Penso em medo e em culpa.
Debato-me a todo o momento.
Ando com isto a cada dia,
a cada hora, a cada minuto,
a cada segundo...
Quero caçar a alegria.
Ao amor conquistar o usofruto.
Só isso.. e desvendar outro mundo.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O Homem Invisível (3)

O homem invisível tenta,
arduamente, compreender
porque ninguém o consegue ver.
Quando, a reflectir, se senta
acaba por perceber.
Só dentro dele está o mal que enfrenta.
O homem invisível escondeu-se
do mundo do sonho e do da realidade.
A sua derradeira verdade
é que, à invisibilidade,
rendeu-se.
Da sua força e felicidade
perdeu-se.
O homem invisível começou
a aceitar que não irá encontrar
alguém para o amar.
Na verdade ele já encontrou.
Só uma pessoa precisa de o amar.
Ele próprio, de quem nunca gostou.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Quero

Quero estar sorridente
como um bebé feliz e inocente.
Quero sonhar,
mas (também) sentir-me capaz
de os realizar.
Quero paz.
Quero tranquilidade.
Quero matar esta saudade
antes que comigo ela acabe.
Quero agarrar
a felicidade
e nunca mais a largar.
Quero voar
(e) bem alto.
Quero alcançar
aquele planalto
onde sempre falto.
Quero lá chegar já...num salto.
Quero brilhar
como o sol no mar,
como as estrelas, como o luar..
Quero deixar de me sentir
indesejado.
Quero ser engraçado.
Quero poder fazer-te rir.
Quero ser o teu príncipe encantado
e, a cavalo, contigo fugir.
Quero sentir calor,
como o das chamas do amor.
Quero ser importante
na tua vida. Algo constante,
como o ar que respiramos.
Se fores folhas e flor
quero ser raízes, tronco e ramos.
Vem dividir comigo todo o amor.
Eu e a minha solidão cá te esperamos.
Muito eu quero,
mas nada desejo.
Muito desespero
enquanto espero
por uma fada
e pelo seu beijo.
Percorrerás a minha estrada?
Eu não te vejo...

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Cofre

Vem, abre-me aquele cofre
e fica com o que lá é guardado.
A única riqueza que tenho é o meu coração empoeirado.
Por favor, cuida bem dele, que muito ele sofre.
Ele está ali, com o seu batimento irregular,
ansiando por outro que o queira acompanhar.
Leva-o depressa e dá lhe carinho.
Com as suas carências muito eu definho.
De (tanto tempo) estar fechado no escuro
precisa de ver luz e de se sentir seguro.
Se, por alguma razão, não o queres aceitar
faz-me o favor e atira-o à espuma do mar.
Tem dó.
Não mo venhas devolver.
Eu num cofre o vou esconder.
No escuro e cheio de pó.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

So many lies
in front of my bloodshot eyes.
So many storms of tears
and mute cries
coming from all my fears
and failed tries.
I'm not escaping
but, for my own well-being, I'm not staying.
I must be brave.
Of these feelings I don't want to be a slave.
I must try to find that which I crave for,
even if it takes me to my grave before...
I'm not going to settle with this situation
or I'll end up blowing up with so much frustration.
I'm so pissed off with my uncertainties
and so angry with all of these wannabes.
But one thing is for sure.
I don't feel well here anymore.
Things can't be as they were before...
I can't stay here... I want more.

I'm not giving up,
not on myself!
So...go fuck
yourself!
Why keep running away
from the inevitable?
Just face it.
Who knows? It may
turn out to be incredible...
So embrace it.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Mundo meu

E sonho e sonho...
com tudo o de normal e o de estranho.
No meu mundinho muito tiro e ponho,
como lhe pôr coragem e lhe tirar acanho.
No meu mundinho a felicidade
não é difícil de alcançar.
Existe, em todos, vontade
de, ao próximo, dar bem estar.
É um lugar bem bonito
porque, dele, todos queremos cuidar.
Sempre que acordo mal acredito
que nós o destruímos sem pensar.
No meu mundinho há respeito
pela vida. Ser diferente
não é considerado um defeito.
Todos são aceites e tratados igualmente.
A ganância não é o que faz
esta nossa Terra girar
porque, por um mundo com paz,
por um mundo melhor, todos queremos cooperar.
No meu mundinho
o céu é azul e o mar também!
Para quê mudar o que já é perfeitinho!?
Criadora como a Mãe não há ninguém!!
Tantos milénios a trabalhar,
arduamente, sem parar,
para virmos nós matar,
em poucos séculos, o que tanto (tempo) lhe custou a criar...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

ReVisão (2)

Não gosto de ficar com as minhas conclusões.
Vivemos num mundo de impróprias opiniões
em que só temos as nossas próprias percepções.
Depois de tanto me procurar
acabei por (também) me encontrar
tão longe...Onde nunca vou estar!
Tornou-se mais fácil explicar muito em mim,
de o aceitar e de me contentar,
mais que nunca, por ser assim.
Já me preocupou mais o meu fim.
Traz-me calma e esperança
acreditar que haverá bonança
depois da tempestade...e que, com esta, vou crescer...
e ,com a vivência com ela, me vou fortalecer...
Que basta a paciência manter
enquanto o sonho a realidade não alcança.
A certeza de, o que quero ter,
não ser uma ideia (parva), que posso perder,
porque faz parte do meu ser,
traz-me um dose tão desejada de tranquilidade.
Apazigua-me (por vezes) a indesejada saudade.
Preciso de mais relacionamentos para evoluir,
essa é a minha verdade.
Por isso, não vou sequer ponderar desistir.
Quero viver até ao que há-de vir
e, depois, voar mais além (e a sorrir)
Vou continuar o meu caminho,
mas fiel a mim, para quando chegar ao destino
estar preparado para dar o meu carinho
incondicionalmente. Não vou perder o tino
por causa de pessoas que não me querem aceitar.
A perda não é minha, não recebem o que tenho para dar.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

ReVisão

A percepção
é toldada
pela imaginação,
é idealizada
pela razão.
Há que se ser
uma pessoa esforçada
e fazer
por tentar
ver tudo noutro âmbito,
e a mente não fechar
num canto recôndito.
É necessária
muita aceitação,
mais do que a dose diária
que temos de compreensão.
É preciso duvidar
de nós e em nós reparar.
Se eu não tentar
a minha visão de tudo não vai mudar.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Soltas

"Light thinks it travels faster than anything but it is wrong. No matter how fast light travels, it finds the darkness has always got there first, and is waiting for it." - Terry Pratchett

"Life is a long lesson in humility." - James M. Barrie

"People living deeply have no fear of death." - Anïs Nin

domingo, 10 de janeiro de 2010

Sinto até na respiração
um cansaço sem comparação.
Ao expirar
sinto um pesar
neste corpo tão dormente
que não me deixa indiferente.
Observo as mãos a tremer
mais do que me costuma acontecer.
Pode não parecer
mas custa-me imenso mexer.
As pálpebras mal se abrem.
Todos os meus sentidos o sabem.
(Mais) eu preciso de dormir,
mas não estou a conseguir.
Começo a exasperar.
Ao trabalho a horas não consigo chegar.
Sinto-me distante,
um espectador duma constante,
mas credível, alucinação.
O que mais me incomoda na minha exaustão
é saber que não
sou o único a passar-se com esta situação.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Qu'answers

Something about me?
Not always sure who I wanna be;
Don't want to be free;
Still trying to find my way;
For me life is not a fray;
Never sure what to think or say.
Who am I?
I laugh, I cry,
I dream too far and high...
So much I love and detest...
I fall so deep and so fast...
I'm just a creation of the past.
In what do I believe?
Only in what I can perceive...
Even if explanations I can't give;
I don't need answers to all questions;
I try to stay open to suggestions;
Being changeable is one of my bastions.

My doubts are my cancers.
But I'm not looking for answers.
Only want to find my enhancers.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Depois de perder tanto
com as minhas paixões...
Estou, aqui, agora, num pranto,
a ver fugir as minhas convicções.
Nunca tive tanta vontade
de trair alguém, mas, na realidade,
esse alguém é, apenas
e somente, eu.
E, então, lembrei-me do meu mecenas...
Mais do que isto ele não me deu!
Toda a confiança que me dava fugiu!
Maldito! Puta que o pariu!
Só me ensinou
a ser inseguro
e não parou
enquanto não fiquei duro.
Vilão amaldiçoado,
que me deixou o coração destroçado!
Elevou-me a confiança
só para a ver cair aos trambolhões.
Eu fiquei a ver a minha perseverança
a sumir-se por entre os turbilhões.
Levou-me a alegria...
Gatuno! Devolve a minha magia!
Só me mostrou o que era
egoísmo, mentira e traição.
Ai, quem me dera
que estivesse à distância da minha mão...
Seria injusto descarregar tudo o que tenho e sou,
mas não muito...Foi ele quem me transformou.
No reflexo ainda vejo
o que falta em mim.
Mas apenas desejo
que esta dor chegue ao fim.
De tentar viver (fiel a mim) não quero desistir,
mas, neste estado, também não quero existir.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Vendido

Dói-me o corpo de tanto me apertar.
Preciso (mesmo) de alguém para me abraçar.
Qualquer dia saio à rua com uma placa
nas mãos a pedir carinho...
Sinto que a minha cabeça está fraca
e o corpo segue no mesmo caminho.
Não sei o que mais fazer
com tanta ideia indecente
a assolar o meu ser,
mas não quero ficar indiferente
às dores dos outros por só as minhas ver.
Sinceramente,
não sei como me irei salvar.
Nunca me sinto bonito
e ninguém consigo encantar.
Eu ainda mal acredito,
mas, no outro dia, até sentia vontade de pagar
a alguém para me dar algum bem-estar...
Alguém que me pudesse acariciar
e, por um instante, (falsamente) de mim gostar.
E odeio sentir que estou a ser infiel
ao meu mundo utópico feito de mel
e de sentir raiva (até) das coisas boas em mim,
mas não sei como deixar de me sentir assim.
Estou descontente com o que tenho,
assustado com tudo (e de qualquer tamanho)
e tão cansado de viver neste mundo estranho,
onde todos se sentem feras, mas eu só sinto acanho.
Tantos ideais e filosofias...
Trocava tudo por algumas mordomias,
como ter parceira de coração e de alma
a quem pudesse dar tudo e receber amor e calma.
Sinto-me tão desamparado e perdido...
Tanto desejo de ser acocorado...Sinto-me um vendido.
A sério! Já quase me pus à venda de tanto desesperar!
Mas ainda não consegui...
Ainda não me vendi...
Alguém quer comprar?