quinta-feira, 29 de abril de 2010

Conversas ao espelho

Finalmente compreendo a derradeira verdade.
Só de mim depende a minha felicidade
e vou-me fazer feliz antes que seja tarde.
Agora que sei o que é o amor, para mim,
não me perturba mais ser assim
e tu não me amares não será o meu fim.
Tanto que eu preciso de te dar...
não vou desistir de o tentar
só porque não o tens para partilhar.
Talvez te consiga mostrar
o que é, realmente, amar
quando me conseguires aceitar
sem me compreender, sem me julgar.
Talvez quando, tudo, não tentares adivinhar...
Provavelmente precisas de aprender
que, só depois do amor vir de ti,
verdadeiramente, o poderás receber.
Tudo o que precisamos já está aqui.
Não o sentimos porque teimamos em o esconder.
Questiona-te o que é egoísmo e amor por ti.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

iLUZões

Não quero ser como um buraco negro,
que tudo suga para a sua escuridão.
Vou acabar com este desassossego
e apaziguar a alma e o coração.
Quero arder intensamente,
mas não no inferno que, para mim, criei.
Não posso permanecer o comburente
dum incêndio que não apaguei.
Este incêndio hei-de apagar
para, em cinzas, não me desfazer.
E num sol me irei tornar...
Uma nova chama vou acender...
Hei-de, fortemente, arder,
mas não no inferno por mim criado.
Vou ser como um sol e ver
um mundo por mim iluminado.
E quando eu brilhar tanto
que, para mim, não consigas olhar,
fecha os olhos por um instante
e sente como te posso iluminar.
Quando eu brilhar tanto
que não me queiras ver,
fecha os olhos por um momento
e sente como te posso aquecer.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

PrimaVera

Olá prima!
Finalmente voltaste!
Saudoso me deixaste
e sem ti não há alegre rima.
Sempre me maravilhaste...
Ando ainda mais aluado
do que estou acostumado
agora que chegaste.
Sou hipnotizado
pela vida e cores
que vieram, sem pudores,
a dançar ao teu lado.
Essas flores
que contigo trouxeste
e, sem lhes tocar, me deste
são os meus maiores amores.
Fazer-me sorrir sempre pudeste
desde que era uma criancinha.
Muito ansiava por ti, priminha,
mas finalmente apareceste.
Que fragrância docinha...
Esse teu perfume
recorda-me o laço que nos une,
ó minha querida primaverinha.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Quando falo demais 
lembro-me sempre de ti.
Eras a mulher mais desbocada
que, alguma vez, conheci...
Estava zangado com ela
quando se foi embora.
Quem me dera tê-la
ao pé de mim agora...
Tantos erros cometeste
e tão pouco evoluíste.
Mas, agora, morreste...
Agora sumiste...
Ela tinha um feitio complicado
mas nada lhe tenho a perdoar.
Ainda há-de demorar muito tempo passado
até que, a mim, o perdão também consiga dar...
Muita coisa à cara te poderia atirar,
mas prefiro não te culpar.
Ao invés, vou-te venerar
porque, indirectamente, a vida acabaste por me dar.
Se a sua essência
é a vida que a movia,
então, a sua essência
perdura em nós, não na sua carcaça fria...