domingo, 7 de fevereiro de 2010

Cofre

Vem, abre-me aquele cofre
e fica com o que lá é guardado.
A única riqueza que tenho é o meu coração empoeirado.
Por favor, cuida bem dele, que muito ele sofre.
Ele está ali, com o seu batimento irregular,
ansiando por outro que o queira acompanhar.
Leva-o depressa e dá lhe carinho.
Com as suas carências muito eu definho.
De (tanto tempo) estar fechado no escuro
precisa de ver luz e de se sentir seguro.
Se, por alguma razão, não o queres aceitar
faz-me o favor e atira-o à espuma do mar.
Tem dó.
Não mo venhas devolver.
Eu num cofre o vou esconder.
No escuro e cheio de pó.

1 comentário:

sofya disse...

beautiful!! =)