sexta-feira, 4 de junho de 2010

Sem sentido

Quem me dera ser mudo,
para não poder dizer tudo...
Quem me dera ser surdo,
para que a falta de uma voz não me fosse um furto...
Quem me dera ser cego,
para que o meu reflexo não me fosse um desassossego...
Quem me dera não ter cérebro,
para que tudo me fosse efémero...
Quem me dera não ter coração,
para não me sentir uma desilusão...
Quem me dera não ter alma,
para não me achar um condenado sem calma...
Quem me dera estar despedaçado,
para este todo não estar tão destroçado...

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