segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Hoje, uma velhinha virou-se para mim e disse
que "Isso de fazer rimas é coisas de tolos!"
Eu, irado, respondi-lhe "Eu quero é bolos!"
A velhinha esbugalhou tanto os olhos...como se visse
algum demónio ou o Diabo, e pisgou-se.
Deve ter ficado a pensar
"Aquele é maluquinho! Passou-se!"
Mas não me senti capaz de lhe explicar
que é raro ser a cabeça a mandar
nisso do rimar
e muito mais comum
serem a alma e o coração
a fazerem-me mexer a mente e a mão.
E eu que até acredito não ter espírito nenhum...
Não sei, de facto, explicar
como os sentimentos
me fazem recordar
palavras que nem uso.
Enchem-me de fragmentos
duma gramática em desuso,
porque, pouco tenho coragem para dizer.
Imaginações adversas
acabam por me deter,
porque, a maioria das conversas
acabo por só na mente as ter.
Enfim, acabei por ficar um pouco chateado.
Podia ter sido mais educado
com a velhinha.
A senhora fez-me perder a cabecinha
mas a culpa, no fundo, é só minha.
Não soube manter a calminha...
Ser tolo, ou parvo, não me ofende
e a coscuvilhice dos outros não me surpreende.
Acho que foi a sua falta de sensibilidade
(ou o meu excesso dela) o que mais que me incomodou.
No final das contas, a verdade
é que até gosto de ser como sou.
Por isso, desculpe e obrigado!
Deu-me muito em que ponderar.
De bom grado
estas minhas rimas lhe estou a dedicar.

Os "Momentos kodak" dos transportes públicos
(e das suas paragens) ficam para a vida toda! São pedagógicos!
São únicos!
São épicos...


...ou então não.

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