quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ninguém está só.
Afinal, somos biliões.
Mesmo depois de virarmos pó
somos acompanhados por santos e por cabrões.
Porque nos sentimos assim
eu não sei explicar
mas deste sentimento ruim
temos de nos livrar.
Vou no meu caminho
e sinto-me sózinho,
até no meio duma multidão,
mas este sentimento ruim
vou expulsar do meu coração.
Então observo as nuvens de marfim
sob o Sol dourado e fogoso,
procurando companhia na natureza,
que me enfeitiça com a sua eterna beleza.
E se o dia estiver chuvoso,
ao sentir o seu choro no meu rosto,
imagino serem as lágrimas de todos nós,
os que nos sentimos sós,
desde aqui até ao Sol posto.
Porque a sociedade faz um julgamento horroroso
nós verdadeiramente não nos entregamos.
E porque quem somos, realmente,
e o que sentimos renegamos
nos deixamos arrasar
por esta avassaladora solidão.
Torna-se mais difícil encontrar gente
com quem partilhar o coração.
E invade-nos uma desilusão
quando os outros não tiram as suas máscaras,
não despem as suas armaduras de ferro,
talvez por não quererem deixar entrar qualquer emoção.
Ao menos esse não é o nosso erro...

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