quinta-feira, 1 de abril de 2010

Quando falo demais 
lembro-me sempre de ti.
Eras a mulher mais desbocada
que, alguma vez, conheci...
Estava zangado com ela
quando se foi embora.
Quem me dera tê-la
ao pé de mim agora...
Tantos erros cometeste
e tão pouco evoluíste.
Mas, agora, morreste...
Agora sumiste...
Ela tinha um feitio complicado
mas nada lhe tenho a perdoar.
Ainda há-de demorar muito tempo passado
até que, a mim, o perdão também consiga dar...
Muita coisa à cara te poderia atirar,
mas prefiro não te culpar.
Ao invés, vou-te venerar
porque, indirectamente, a vida acabaste por me dar.
Se a sua essência
é a vida que a movia,
então, a sua essência
perdura em nós, não na sua carcaça fria...

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