quinta-feira, 22 de abril de 2010

iLUZões

Não quero ser como um buraco negro,
que tudo suga para a sua escuridão.
Vou acabar com este desassossego
e apaziguar a alma e o coração.
Quero arder intensamente,
mas não no inferno que, para mim, criei.
Não posso permanecer o comburente
dum incêndio que não apaguei.
Este incêndio hei-de apagar
para, em cinzas, não me desfazer.
E num sol me irei tornar...
Uma nova chama vou acender...
Hei-de, fortemente, arder,
mas não no inferno por mim criado.
Vou ser como um sol e ver
um mundo por mim iluminado.
E quando eu brilhar tanto
que, para mim, não consigas olhar,
fecha os olhos por um instante
e sente como te posso iluminar.
Quando eu brilhar tanto
que não me queiras ver,
fecha os olhos por um momento
e sente como te posso aquecer.

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