Penso em melhorar-me
dias e noites fora.
Mas sinto o medo a trespassar-me
a toda a hora.
Vejo a incerteza a abater-me.
E, assim, estou agora.
Aqui, no chão, a debater-me
para me levantar e ir embora...
Mas ir onde?
Atrás do sol quando se esconde?
Ou, talvez, até
à lua, quando se vai...
Com um pouco de fé,
pelo caminho, o parasita sai.
Mas, então, olho para cima
e em meu redor.
De repente tudo me fascina,
até o mais ínfimo pormenor.
Sinto muita pequenez,
o que me deixa algo aliviado.
Provavelmente porque, talvez,
de tudo, eu seja só um bocado.
Surpreende-me a alegria
que me invade subitamente.
Contenta-me toda esta energia
que é a vida, em movimento eternamente...
E, assim, de mim, me esqueço
sem, de mim, tentar fugir.
Existem mesmo coisas sem preço...
Como a imaginação e o seu fluir.
Como poder sonhar,
até, com o inconcebível.
Como poder contemplar
mais do que nos é visível.
Como desejar alcançar
o possível e o impossível.
Como conseguir amar
alguém tão implausível...
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