sábado, 10 de junho de 2023

Amor nabo

Quero-te abraçar

e nunca mais largar, 

Como um super pega monstro.

Mas é imprático demais tanto apegar

E vou-me debatendo com este desejar.

Agora assim te demonstro

Esta órgia de rir e chorar

Que sou. Rei mago do palavrear

E bobo da corte no agir.

Adoro ao teu lado estar,

De preferência sem arreliar,

Porque amo ver-te sorrir.

Como o tempo segue a correr 

Tudo o que te quero ser

É um leal abrigo agora. 

Sem me entristecer.

Sem fugir nem me esconder.

Sem me mijar pela rua a fora...

O meu coração é minha morada 

E desta renda não pagas tu nada...

Mas eu sem ti desabo.

Fica comigo minha amada!

Tem lá paciência desmesurada!

Que eu sou um grande nabo.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Hey May
I hope you are okay.
I really want to see you,
So let's get together today.
No picture or video will ever do you
Justice.
Peace!

domingo, 31 de outubro de 2021

De-Re-re-Volta

Stay close to me
You're all I want to see
Can't get your lips out of my head
All this yearning I carry into my bed
Let's just cuddle all night
And stay like that until the morning
I want to hold you tight
But I'm embarrassed of my snoring

sexta-feira, 11 de maio de 2012

O beijo que não dei
um gosto amargo me deixou.
Talvez porque não beijei
a minha boca amuou.
E assim fiquei...
Paralizado, estupefacto, estagnado...
...porque entre teus braços o tempo parou.
Talvez por não ter beijado
ainda lá estou.
Esse beijo de que fugi
agora me persegue.
Um sonho. Um pesadelo. Uma realidade
que não vivi.
Que ela não me negue.
Porque morto de saudade,
sem ti,
que o sonho me albergue.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Viva o rei sem coroa!
Seu corpo enterrado
enquanto sua mente voa.
Aprisionado
em seu sono,
e em seus sonhos,
nem de si é dono.
É refém de pesadelos medonhos
que, em unísono,
o matam, o moem.
Não se acabam. Não se destroem.
Apenas o corroem...
E, pouco a pouco,
vai-se sentindo mais e mais oco.
Tão lindo... tão louco...
Viva o rei sem coroa!
Prestai vassalagem
a essa arte tão boa
de fingir que não se tem bagagem.
De fingir que se é um todo.

sábado, 24 de setembro de 2011

Mementos

Ontem recuperei um fragmento
d'um esquecido momento.
Ontem sonhei com o passado.
Vi um menino de burro amarrado.
Numa carruagem do metro sentado
olhava através do vidro a seu lado.
E ele parecia muito triste
mas, na verdade, não o estava.
Com o que na sua vida não consiste
já ele muito sonhava.
Aquele menino acreditava
que, para o seu anjo o encontrar,
ou uma cara triste esboçava
ou o anjo não saberia quem salvar.
Ele tanto o praticou
que mestre se tornou.
Mas o anjo não chegou
Não o salvou.
E o tempo passou
O mestre do triste
sua vida continuou
Que o anjo não existe
até ele já acreditou.
Mas ontem lá se lembrou...
Será que tenho de o salvar?
E nasceu algo para acreditar

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Tento viver um dia
depois de um dia,
mas não consigo.
Ai tempo! E eu que te achava amigo...
Sento-me numa sala vazia
onde o meu amor jamais caberia
e deixo-o à porta.
Ai cabeça! Que és tão torta...
Desconhecendo o futuro vizinho
vou apreciando estar sozinho
e vou fazendo girar o meu moinho.
Ai que mentirosas verdades!
Que dolorosas saudades
das horrorosas beldades
que, temo, não me temem...
E, mesmo que vá ao extremo,
cenas não acontecem.
E coisas obscenas nesta tola
não se acometem.
Apenas me derretem,
com um fervor ardente
que me assola o peito,
me recusa uma linha de pensamento direito
e me usa para meu desproveito.
Ai mente dormente!
Pára de me fazer frente,
que eu fico sem jeito...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Ser poeta

Todos somos o poeta,
porque todos procuramos
alcançar a mesma meta.
Todos nós amamos
a bela harmonia
que nas palavras encontramos,
tal como entre a noite e o dia.
Todos nós desejamos
a mais doce sinfonia
entre corpos, mentes e almas.
Todos queremos sentir essa magia,
e a esse espetáculo bater palmas,
celebrando, cheios de euforia,
cheios de emoção e de energia,
o amor pela vida,
por toda e qualquer via.
Todos procuramos
duas semelhantes vibrações,
quer as sintamos
com um só sentido,
ou também com os corações.
Todos rimamos.
Somos poetas de fusões.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

(desa)bafos quentes

Depois de tudo
aquilo que já passei
ainda me consigo achar sortudo.
Ainda me consigo sentir rei.
É certo que raínha
não tenho a meu lado.
É a enorme graínha
que me deixa engasgado.
Mas isso não será minha morte.
Só eu defino a minha sorte,
que me traçará rumo a bom norte.
Seguirei com o meu porte.
Porque o que quero
é transportar (e transbordar) amor.
Não sei porque espero
que o mundo se encha de cor.
Afinal não se pode encher
o que já se encontra cheio.
E eu apenas posso colher
aquilo que semeio.
Muito do que semeei
já deixei apodrecer.
Mas desta vez sei
o que fazer.
O Sol, que vive neste peito,
mais forte está a crescer.
Mais chamas a arder eu vejo.
Nada mais preciso para me vencer.

Tento sempre ser querido,
embora raramente me sinta por alguém.
Quero muito ser querido,
mesmo quando não quero ninguém.
Tanto amor querido,
e o meu não reservei.
Agora o sentimento querido
é amar-me como um dia amei.
E a voz que me sussura ao ouvido
nunca mais escutarei.
Agora o discurso querido
é que, para sempre, assim viverei.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Encontros

Vai aos pulos, a passear,
como em tantos outros dias,
quando vê, a passar,
a deusa das tristezas e alegrias.
Pára, atónito
sem compreender
o propósito
de a ver.
Fica-se, paralizado,
sem o conceber.
Sem pensamento formado
nem movimento iniciado.
Os neurónios atrofiam-se
com meias ideias,
e elas contrariam-se.
Só após as suas
mentais diarreias
lhe inundarem as ruas
da sua mente,
ele entende,
de repente,
uma verdade
diferente.
Na realidade
ele estava
a sonhar.
Sua deusa não era
quem ele avistava.
O seu pensar
a percepção adultera.
Mas como a pode ele achar,
se dela está à espera?

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Quando o teu corpo me toca,
e a cabeça me provoca
com desejos que teimo não aceitar,
é como se fosse alvejado.
Tanto ar suspirado...
é como se estivesse a vazar.
Jamais diria alguém
que me sinto tão bem
por te encostares a mim.
E não mais o direi,
e nunca o admitirei,
embora me doa amar assim.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A viagem

A viagem que nos une...
O teu doce perfume...
Podes dizer que não é a tua pele,
mas parece-me mais suave que o mel.
E um perfume cheira
em cada um de diferente maneira...
Como hei-de adormecer,
se me sinto a endoidecer?
Este movimento que nos embala
é oposto pela proximidade da tua alma...
Aqui, do meu lado, serena.
Mas vou tentar não pensar nisso demasiado.
Quero apreciar cada minuto e cada teu bocado.
Não sei se consigo ficar parado
no pensamento, mas quero ter o cuidado
de me divertir a todo o momento.
E fazer-te sorrir será o único alimento
que desejo que me satisfaça.
Bora lá giraça!

A tempo

Tanto corres atrás dum tempo,
que não se vê e não se sente,
que sempre deixas fugir o momento...
o único que importa... presente.
Esperas por um amanhã que nunca existirá,
que nunca chegará,
que nunca à porta te baterá.
Porque sempre agora será.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O Ano da Fada

No início dos tempos
apenas uma fada existia.
Pairava, apanhando momentos,
cheia de graça e alegria.
Saltitava por todo o lado,
como a mais inocente menina,
e tornava o mundo encantado,
com os seus olhos de felina.
Quando ela dançava
não faltavam espectadores.
Todos ela hipnotizava...
Pessoas, animais, e até flores.
Por ela tão fascinadas...
nem as cores lhe resistiam.
E nas suas asas douradas
todas se reflectiam.
A poeira luminosa e mágica,
que suavemente emanava,
é hoje uma recordação nostálgica
de uma passado que não passava...
... Mas que passou.
Outros tempos se passaram
desde que aquela fada hibernou.
Outras histórias se contaram,
mas mais nenhuma me interessou.
Nada me parece mais belo
que o tempo em que a fada voou.
Isso posso prometê-lo.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

D. Maria Pulguinha

Socialmente incorrecto
é o meu dialecto
e temos pena
se a paciência é pequena
para ouvir minhas loucas verdades.
Todos vivemos em paralelas realidades.
A maioria recheada
de indecentes decências
ou, então, mascarada
com falsas inocências.
Comportaste como se não fosse nada
mas andas bem enganada.
Até parece que queres
merecer o teu lugar no inferno
com as tantas almas que feres.
E da tua desgraça
ergues o teu governo.
És como uma traça,
a esburacar a nossa protecção.
Se calhar já andas a dar graxa
ao teu futuro patrão.
Deves andas a trabalhar
para uma suite com colchão,
ao lado da câmara de tortura
que, em tua honra, construirão.
Lá não acabará a fartura
do sofrimento que tanto amas.
Bem tento, mas não compreendo
porque queres uma casa em chamas.
Cá eu só me arrependo
de não ter começado a lutar
contigo antes de te encontrar.
Bem podes procurar abrigo.
Eu vou-te caçar.
O Diabo pode ser teu amigo.
Deus do meu lado há-de estar.
A escuridão é mais rápida que a luz,
mas esse tipo de adrenalina não me seduz.
Sou o único vidente da minha sina.
Por isso, prepara-te para a chacina.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

New Year resolutions

Anda ou desanda!
Vá!! Vamos a mexer!
Sou eu quem manda,
por isso vamos a obedecer!
Age e decide-te.
Perdoa e ultrapassa.
Ganha coragem e demite-te.
Deixa o fumo e a passa.
Traça um rumo e parte.
Larga tudo, que nada tens.
Não condenes a tua arte.
Dá mais amor às tuas mães
(e arranja algum para ti)
Encontra uma companheira.
Desfruta da vida e sorri.
Arde com a chama inteira
em tudo o que faças.
E, já que estamos numa de resoluções,
este ano, despacha-te com as passas!
Talvez as estrelas te tragam soluções...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

In Guerras

A vida na Terra
é-nos algo exigente.
Parti para a guerra
e voltei de lá diferente.
Eu já fui feliz.
Eu era inocente.
Eu nunca quis
voltar de lá diferente.
Coisas me chocaram.
Ainda mais as que fiz.
Até santos choraram
mas que mudei ninguém diz.
Atrocidades se passaram.
Não as anseio reviver.
Até santos choraram
com as que me viram cometer.
Tenho uma fome de redenção.
Não sei como a obter.
Será sempre uma frustração
como me deixei abater.
Maldito pelotão,
e guerra, que me deixou diferente...
Eternamente descontente...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Soltas

Hoje tento ser como pedra,
de tudo em redor abstraída.
Não pensa. Não julga. Não condena.
Somente existe na vida.
Hoje quero fugir daquele robot
que, entre ímanes, viaja descontrolado.
Mais que um bocado de ferro eu sou,
mas continuo a sentir-me arrastado.
Estas forças que me impelem
baralham-me tanto as ideias...
Mas nos dias que se sucedem
serei imune até ao canto das sereias.
E todo este volume,
que sempre me sobrecarrega,
hoje vai servir de estrume
e fertilizar a calmaria que me sossega.
Pensar, mal não deveria fazer
mas, não o sabemos purificar.
Por isso, não quero os pensamentos a crescer.
Não quero os pensamentos a dominar.
Por tanto aos pensamentos dar
é que me custa tanto agir.
Se parar de pensar
talvez me consiga decidir.
Talvez pare de me convencer...
Talvez pare de me iludir
de que, para feliz ser,
preciso de te descobrir
Por isso, vai-te foder!
Estou farto de te necessitar!
Agora sou eu que me vou esconder!
Jamais me irás encontrar.

Sinto um fervor
no meu peito
sempre que te vejo.
Ó querida vida, por favor,
não me deixes deste jeito.
Não aguento tanto calor!
Dá-me lá um bom extintor!
Preciso de arrefecer
estas alucinadas ideias.
Estou a enlouquecer
com o canto das sereias.
Não sei que mais fazer
para concluir as minhas epopeias.
Todo eu já tenho teias
de, ao meu lado, nunca a ter!
E esta falta de tacto a crescer...
Quero um novo marco erguer!


Tenho uma noção de belo à parte.
Gosto de falar e de estar calado.
Tento viver a minha arte.
Estou em todo o lado,
e a rir-me deste louco fado,
como um verdadeiro Merlin.
Em cada palavra um feitiço lançado.
E é tão bom ser assim.
Só é pena viver, alucinado,
numa floresta imaginária.
Mas deve ser melhor que, frustrado,
numa selva solitária.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

TUrisM

Era de manhã e a baixa lisboeta aparentava encontrar-se atarefada, como em tantos outros dias. Bebia o meu café com leite de todas as manhãs, não fosse o facto de o açucar ter nevado em muito menos quantidade, para cima da minha bebida, do que o costume. 
Fiquei fixado nas pessoas que circundavam e entravam e saíam daquela igreja, ali ao meu lado, que me era, simultâneamente, tão familiar e tão estranha.
Pensei para os com os meus botões que mal não faria entrar. Talvez fosse realmente um refúgio do mundo exterior e me trouxesse alguma serenidade numa manhã caótica, como normal num dia de semana citadino. Lembrei-me, inclusive, que me tinham dito há tempos que as suas imagens eram bem bonitas, o que na altura me deixara algo curioso. 
Decidi entrar. 
Logo que passei a entrada fiquei fascinado com o espaço, que me pareceu enorme, provavelmente por esperar algo menos imponente. Dirigi-me em direcção ao altar enquanto admirava as várias imagens de santos, que me parecerem, como que, guardiões e comité de boas vindas ao mesmo tempo.
Sentei-me num dos bancos da frente e, logo após o fazer, notei algo que pareceu devastar-me por completo. Desatei num pranto, imediatamente. Algumas pessoas dirigiram a sua atenção para mim, parecendo tão estupefactas como eu com aquela "cena". 
Quando lá me consegui acalmar tentei analisar de onde me veio aquilo, mas em vez de uma resposta surgiram mais perguntas. Não tinha pensado em ninguém, e nem sequer prestado atenção às pessoas que se encontravam naquele "refúgio" comigo. Simplesmente sentei-me, olhei uns quadros e fiquei naquele estado? Que explicação poderia existir? Não entrar numa igreja há mais de 15 anos? Nunca me senti culpado por não crer em Deus nem em Cristo, ou em qualquer santo, segundo as ideias da igreja. Concluí que pensar não me iria ajudar em nada 
Levantei-me e naveguei-me até à saída, calmamente, o que me custou bastante, estando eu tão vontade de sair dali a "sprintar".

Moral da história: Tão cedo não volto a entrar numa igreja!! 

É difícil não exercer julgamento a um lugar que, agora, me parece infinitamente recheado de negatividade. Um local onde as pessoas vão para sentir pena (e onde há pena não há amor) de si próprias, e dos outros, onde esperam por salvação ou por soluções que, talvez, nunca cheguem. 

Mais que nunca sei que não é assim que quero passar o tempo que me foi emprestado

terça-feira, 5 de outubro de 2010

"Mi scuzzi"

Desculpa lá qualquer coisinha...
Acho-te uma coisinha
linda, maluquinha,
fascinante e fofinha. 
Para mim ser maluco é elogio...
E ficou aqui uma mensagem,
um desabafo, uma conversa...
Tanto na vida este doidão reprimiu...
Esta mente controversa, 
por alguma, desconhecida, razão
não acredita que me julgues.
Posso-me iludir (ou não)...
Estou tão bêbado que nem sei...
mas às minhas verdades do momento me agarrei...
Talvez seja um bocado masoquista,
mas saiu-me tudo à desgarrada
(e com muito pouca linha remendada)
que nem um verdadeiro fadista.
Que se foda o mundo inteiro, agora és tu a minha pista.
Quero-te escalar (corpo, mente e espírito) como um bom alpinista.
(amanhã vou-me arrepender, mas será tarde demais)
Ainda nos vamos rir os dois destas linhas finais.
E depois!? 
Somos uns anormais!?
Ainda bem!!
Ser normal é ser refém
de convencionalismos!
Não estou p'ra eufemismos!
Foda-se, bora lá fazer uns sismos
(neste mundo, doce, ao nivel q tu quiseres)
Não me vou dar bem, mas que se foda... comia-te às colheres!!

Vou ter tanta vergonha, quando acordar para a vida amanhã,
por, neste momento, ter sido tão suicida.
Por isso olha, querida,
respeita a minha mente afã.
Respeita a minha mente fodida.
Se me voltares a falar amanhã
já não foi madrugada perdida!

Dá-me o desconto (ou não)
porque não tenho cura.
Tenho uma alma impura
mergulhada (n'outra vida) em escuridão.
Ai, míuda que igual não existe,
demónia bela e atraente,
que esta conversa por aqui não se fique...
Que, de pensar em ti, até minha alma fica com tesão

Espero que, pelo menos, dê p'ra rir (tanto p'ra ti como pr'ra mim)
esta minha doideira que não vê fim...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Be Right Back... or not

"Se o que tiveres para dizer não for mais belo que o silêncio... não o digas"

Durante o tempo que tenho estado afastado deste meu cantinho cheguei à conclusão que, por agora, estou bem assim...

...em silêncio.

Nada de benéfico provém de realizar e protagonizar dramas criados por mim. E, igualmente, de nada serve iludir-me ao criar uma falsa sensação de felicidade... se fosse real durava mais que míseros segundos.

Concluí recentemente que a verdadeira felicidade não é momentânea e que o que sentimos vulgarmente é apenas ilusório... é alegria com o rótulo errado.

Decidi que vou tentar não me agarrar a todas aquelas mentiras que a cabeça nos vai contando.
Decidi desprender-me dos pensamentos que me assombram constantemente (como a todos nós) sejam eles bons ou maus. Recuso-me a continuar a identificar-me com os pensamentos e a deixar que eles me definam e me dominem..

Não me recordo a última vez que me senti tão tranquilo, quase em paz... e vou esforçar-me para que isto se desenvolva e perdure.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Desabafo InFinito

Nunca antes me encontrei tão apático.

Não me apetece nada.

Não me apetece ouvir música animada. Por muito que tente acabo sempre a ouvir algo que me faça sentir ainda mais triste.
Não me apetece pensar. Ultimamente sempre que o faço arrependo-me.
Não me apetece escrever. Costumo ter tanto rimar em mim, mesmo quando não as passo do pensamento para a matéria, e ainda mais quando estou triste, mas nada... Num acto de desespero tentei reunir toda a minha energia para este desabafo, na esperança que algum efeito benigno se manifeste em mim.
Não me apetece comer. Não me apetece sequer respirar.
Não me apetece fugir da vida que transformei num inferno com os meus pensamentos, faltas de acção e escolhas desacertadas.
Só me apetece fazer pause à minha existência. Ir de férias e poder voltar com saudades... com vontade... de viver...

Passei o fim de semana fechado num quarto, que é quase o meu mundo inteiro, e cujas quatro paredes me sufocam, há já demasiado tempo. Senti o tempo a matar-me lentamente, como numa cena em câmara lenta, em que cada segundo me esmurrava e me pontapeava o corpo físico e o emocional. Passei uma boa parte do fim de semana deitado na cama. Algures pelo meio do meu estado quase vegetativo desejei ter alguém ao meu lado. Alguém que quisesse, simplesmente, estar comigo e consolar-me, ainda que em silêncio. Imaginei como o voltar a sentir a presença, a energia, o amor, do toque de alguém ali do meu lado me faria algum bem. E então ocorreu-me que não se pode voltar a sentir o que nunca se teve. Apertei a almofada, junto ao meu peito, até uma grande parte dela ter ficado ensopada... e os meus braços dormentes. Aqueles dois dias, que quase sempre passam depressa demais, pareceram-me intermináveis. Em toda a minha vida nunca tinha desejado tanto que a segunda-feira se mostrasse. E nem percebo porquê. A perspectiva do dia seguinte continua a não ser melhor que a do dia anterior.

Estou cansado de ser uma vítima nas mãos de um tirano chamado Marco. Estou cansado de ter medo das pessoas e das suas palavras, dos seus pensamentos, das suas acções, reacções... mas ainda mais de mim e das minhas ideias, sentimentos e acções que só me fazem sofrer.

Mas que direito tenho eu de me sentir só quando afasto toda a gente de mim foda-se!!
Marco António, Marco António... se tiveres a ler isto faz-te à vida... a morte é certa...

sábado, 3 de julho de 2010

Não é real.
Talvez nada seja...
É uma ilusão sem igual,
mesmo que ninguém o veja.
É assim que vivemos,
numa realidade ilusória,
porque nada percebemos.
Afundados numa irrealidade notória,
num pesadelo, numa ilusão,
que aceitámos sem questionar.
Precisamos de dar fim a esta maldição.
Precisamos de nos libertar.
Como ainda não descobri...
Ao menos do problema já me apercebi...
This is the sound I make.
It's my word. It's my phrase.
It's the song I want to praise.
It's the wave I create.
It's my crown. It's my fate.
Gladly sworn to be a grave.
I'm bound to it like a slave...
At least 'til I have found that which I crave.
It's the only spell I have mastered.
The only tell that ever really mattered.
It's the hottest hell my soul has battled
and it fell when that part of me was battered.
So, even if you can't hear about how I feel,
I'm still here and I'm for real.
I'm neither your seer nor your meal.
But, when you're near, it's hard to resist the appeal.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

naturaL

Nada me traz alegria mais pura
do que ver a vida a viver,
como pombos a voar, e avestruzes a correr.
Ou como contemplar a nossa, clara ou escura,
cúpula celeste, que sempre nos inspirou.
Sei que sempre me fascinou.
Sempre me esmoreceu a amargura
até que só a alegria dominou.
E o meu ser, assim, sempre voou.
A natureza é-me como uma frescura,
que me renova só de a ver.
É a mãe que nos deu o dom de viver.
É ela que nos cura.
Finalmente o consegui compreender.
E, agora, um seu instrumento quero ser.
Quando algo parece que me tortura
tento-me lembrar que ela o ordenou.
É graças às suas lições que sou...
Vou demonstrar gratidão com ternura,
honrar tudo o que me ensinou
e retribuir o amor que sempre demonstrou.
Com toda a abertura,
e de braços abertos, espero receber
a próxima lição que tenho para aprender...

...que preciso para vencer...

Dias cinzentos

O sol escondeu-se
e apareceu mais um dia cinzento.
Não sei quantos mais eu aguento...
O meu calor, a minha luz perdeu-se.
Mais um dia que enfrento
sem energia, sem alento...
Mas eu sou uma pessoa!
Não sou um painel solar!!
Mesmo se a minha alma não voa
também não a deveria enterrar!
Mesmo sem o sol, e a sua energia,
não se deveria desvanecer a minha alegria.
E não consigo parar de pensar
em como odeio o egoísmo.
Mas também o tenho. Nisso não consigo desacreditar.
Estou cansado de todo este cinismo
e a ele não me quero render,
mas os mesmos erros continuo a cometer.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Um sonho tresvariado

A tua mente
vive um sonho bem diferente
de o de toda a gente.
Cada um sonha no seu.
De certeza que o teu
é bem diferente do meu.
Não há dois sonhos iguais...
E ainda criamos mais.
Sonhamos um novo sonho juntos.
Os relacionamentos são sonhos conjuntos.
É termos os corações adjuntos.
É criarmos uma nova energia,
fundindo as nossas. É a magia
da vida, fluindo por mais uma via.
Os sonhos mais belos quero viver.
Acima de tudo, é o que desejo fazer.
Agora, vou domar a vontade até se render.
Até florescer a semente,
que tento plantar nesta mente,
e uma árvore feita de amor se erguer.
E dos seus frutos me vou alimentar,
para ter a força de, os mais belos sonhos, criar
contigo, comigo, com tudo o que me rodear...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Pétala de vida

A pétala duma flor
veio poisar na minha mão.
Encheu-me o coração
de alegria, e amor,
receber aquela bela prenda
de outra parte de mim.
A vida é mesmo assim...
Aceito-a, mesmo que não a compreenda.
A sua delicadeza
faz-me ter a certeza
de que tudo ficará bem.
É a carícia que a vida, para mim, tem.
A sua suavidade comove-me.
A pétala, a mão, move-me
enquanto a sigo com o tacto.
Que está cheia de luz é um facto.
A sua cor muito me seduz...
E a minha alma assim reluz.
Não adianta estar triste
com tanta vida que, em mim, existe.
Se, uma parte de mim, não me aceitar,
outras o farão sem hesitar.
Obrigado, vida, por não me quereres rejeitar.
Por me dares esta pétala para eu não chorar.
Obrigado, vida, por me quereres mostrar
que, muito, tenho para me contentar.
Obrigado, amor, pela esperança, que me vieste dar,
de que, todas as partes de mim, me poderão perdoar.

A picada do escorpião

No meu peito tinha um bafo
quente, e senti necessidade
de o deitar cá para fora.
Hoje, castigo-me por aquele desabafo,
que, me levou a felicidade
e, me deixou como estou agora.
Estou arrependido, por ter falado
o que devia, e o que não devia,
porque não tive tacto e não tive medo.
Hoje, acredito que não serei perdoado,
porque não mantive a cabeça fria.
e, não guardei um único segredo.
Estou triste, por ter desmoronado
a grandiosa torre, dentro de mim,
que me iria permitir alcançar o céu.
Depois de tanto ter chorado
sinto uma secura sem fim
e que mereço aquilo que a vida me deu.
Se é o sofrimento que me fará crescer,
que venha todo de uma vez. Aceito-o com prazer.
Não quero magoar ninguém,
mas acabo sempre a alvejar alguém.
É a picada do escorpião.
Não me deixa curar o coração.

Sem sentido

Quem me dera ser mudo,
para não poder dizer tudo...
Quem me dera ser surdo,
para que a falta de uma voz não me fosse um furto...
Quem me dera ser cego,
para que o meu reflexo não me fosse um desassossego...
Quem me dera não ter cérebro,
para que tudo me fosse efémero...
Quem me dera não ter coração,
para não me sentir uma desilusão...
Quem me dera não ter alma,
para não me achar um condenado sem calma...
Quem me dera estar despedaçado,
para este todo não estar tão destroçado...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O beija-flor

Anda por aí um beija-flor.
Voa, cheio de cor,
à procura de mais cores.
Procura os seus amores.
Anda por aí, sempre, a dançar.
E dança, cheio de graça, pelo ar.
Dança lindamente e sem pudores.
Vive para beijar todas as flores.
Vive, sem saber, para, vida, criar.
E ele é vida. É uma expressão do seu amar.
Das flores é o Cúpido.
Da vida e do seu amor ele é um amigo.
Ele é um artista e a sua arte
é criar beleza. E ele também faz parte
dessa sua arte, que é viver,
a mais bela vida, até ela, daqui, desaparecer.

"Dança comigo"

A mais bela dança
anseio por dançar.
Mantenho a esperança
que alguém me queira ajudar.
Não a quero coreografar
sózinho nem em torno de mim girar.
Acho que sempre soube
o que, na vida, me vai realizar...
Mas nunca houve
quem achasse capaz de o aceitar...
Até eu próprio o tentei negar!
Mas, por enquanto, só quero mesmo dançar.
E sei que serão os passos, que anseio descobrir,
que, muito, me ajudarão a evoluir.

Luas e marés

Uma lágrima perdida,
se é que isso existe.
Uma lágrima esquecida,
que, num mar, persiste...
Numa maré, de lágrimas,
dum oceano, de lástimas...
Uma lágrima evaporada,
que não deixa de ter sido criada.
E o vapor, aos céus, sobe...
Desaparece, mas não some...
Um suspiro abafado
por um momento encalorado.
Um coração, febrilmente, aquecido
mas, friamente, nunca esquecido
de que a felicidade também é triste...
É a maré que nunca desiste.
Luas e marés...
Verdades cruas e infiéis.
Mas não fiquei a apanhar bonés!
Uma paisagem nova pinto com meus pincéis.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Tresvario da alma

Já quase não cabe
no receptáculo...
E espero que isto não acabe,
porque está a ser um espectáculo!
Este maravilhoso expandir
que, cristalinamente, se reflecte
num precioso sorrir...
...Ai, que isto promete!
Vou aproveitar o impulso
e nunca mais ficar a ganhar pó!
Vou usá-la e dar lhe uso,
como nunca antes.. sem piedade nem dó!
Constantemente, não lutarei com ela.
Permanecerá, imaculadamente, singela.
Como a mais doce e nobre princesa,
cheia de graciosidade e beleza.
A sua força aperta-me
mas, em simultâneo, liberta-me.
Por isso, não a hei-de apertar.
Vou deixá-la crescer e voar!
Ó alma, que estás em iluminação,
só te peço que não me cegues o coração!
E que o teu brilho ilumine o caminho,
sem deixar de ver o que passo até ao destino.

terça-feira, 25 de maio de 2010

C'amor

O renascer do ancião Sol
no nascer dum novo dia
traz-me esperança sem igual
e enche-me a alma de alegria.
E não é dia para desperdiçar!
É dia para viver e desfrutar,
para me divertir e brincar...
Para, sem nada temer, amar...
Mesmo sendo difícil alguém
(e até eu próprio) me aceitar,
saber que existe quem
me consiga, incondicionalmente, amar
ajuda-me tanto a conseguir crer
que muito melhor ainda consigo ser.
Que a vida vale a pena viver
para poder ver o amor crescer
em mim e em tudo...
Amo ver como a percepção
me está a mudar o mundo.
Aquece-me tanto o coração...

Dias coloridos

Há dias assim...
e não deveriam ter fim.
Dias destes são o meu serafim.
Salvam-me do abismo em mim.
Pouco dormi e estou tão desperto...
E o céu, todo ele, de azul coberto...
Parece-me o dia certo
para não pensar no incerto.
Parece-me o dia para seguir a intuição,
acreditar "destino sim, coincidência não"
e aceitar a sua preparação
para os dias que virão.
E nesses dias vou-me divertir.
Vou celebrar a vida, o poder ouvir
o som e o seu fluir,
o poder ver este mundinho de colorir
que hoje vejo a sorrir.

Pensamentos inversos e sentimentos adversos

Os teus olhos são as únicas estrelas que quero observar.
Os teus lábios os únicos doces que quero provar.
Os teus cabelos a única fragrância que quero cheirar.
As tuas bochechas as únicas meninas que quero corar...
Mas quem me dera não amar,
não sentir... Quem me dera parar
com este meu peculiar pensar,
para não mais me magoar.
Talvez se, ainda mais, me cegar
não me volte a apaixonar...
Mas isso também nunca me iria bastar!
Ainda mais, e mais, hei-de amar!
O que anseio continuarei a procurar.
E creio que o irei encontrar.
Demore lá o tempo que demorar...
Preparado hei-de estar
para quando o destino nos juntar.
Mas se não for esse o seu desígnio terei de me conformar...
E acabarei por o aceitar.
Que venha lá o que tiver de vir!
Eu quero é continuar a evoluir!
Se for assim que tiver de ser
não faz mal. Eu quero é viver!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Declaração/Exclamação

O copo está cheio,
mesmo que (por vezes) o veja vazio.
Mesmo quando penso ter ardido, e o que semeio,
ainda aqui há muito pavio!
Ainda não desisti do desafio!
Ainda vou a tempo de apanhar o navio!
Ainda me contento com pouco,
o que é bom... não sou oco!
Não me acho superior a tudo!
Tento respeitar, como igual, até o bichinho mais míudo!
E, só nisso, já me dou muito valor!
Mesmo que, por vezes, me esqueça
de que, por mim também sinto amor.
Tenho medo que ele não apareça,
mas eu é o que o escondo de mim!
Mas a maioria dos outros também é assim!
Para quê procurar, amanhã, lá fora,
o que tem que estar aqui, agora?
Hei-de ler isto mil vezes
até tirar da cabeça todas estas fezes!

sábado, 15 de maio de 2010

Relief that doesn't relief (at all)

My thoughts are like fireflies,
spinning out of control, inside my mind.
I convinced myself of so many lies...
Even with some light, the truth is hard to find.
I'm tired of all this hitting and running.
It's like I'm in a game of whack-a-mole against me.
I keep beating and losing,
to myself, over who I want to be.
I'm fighting a world war inside my head
and, for sure, some of me will end up dead.
Which ain't, necessarily, a bad thing...
I guess it's better than nothing...
And I'm so fucking sick
of, constantly writing about some prick
called "I". He's my whole world
'cause he can't do what he's told.
It angers him to have lived,
for so long, with his soul besieged
by all sorts of inner demons, all night and day...
Never knowing what to do, think or say
'cause all those demons are in control.
He just wants them gone and to feel whole.
And he prays to the skies above
to be filled with love...
Because, what he refuses to tell
is that, everyday, he feels closer to unleashing hell.